Desgaste de Cid e destempero de Ciro prejudicam Camilo
14/08/2014 12:39
Desgaste de Cid e destempero de Ciro prejudicam Camilo
Por: Ferreira Jr.
A pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira (14) pelo jornal O Povo, retrata, mais do que nunca, que a candidatura do petista Camilo Santana ao Palácio da Abolição passa por um momento de profunda instabilidade, dentro e fora do núcleo de campanha. Se não bastassem as divergências internas que Camilo encontra no próprio PT, tendo, inclusive, seu nome rejeitado em várias correntes do partido, sobretudo, no grupo ligado à ex-prefeita Luizianne Lins, a decisão, claramente estapafúrdia, de renegar o tradicional vermelho petista em detrimento ao amarelo do Pros, elucida quem tem poder decisório de fato na campanha: o clã Ferreira Gomes.
Contudo, outros fatores podem e devem ser considerados para a candidatura de Camilo, apoiada pelas maquinas do Estado e da Prefeitura de Fortaleza, não ter decolado como era previsível presumir. O primeiro ponto é o destempero do ex-governador Ciro Gomes, um dos coordenadores do chamado “núcleo duro”, que no lugar de ressaltar os aspectos positivos de seus candidatos (Camilo, Mauro e Izolda), preferiu entrar no campo da baixaria ofendendo grosseiramente outros candidatos, que até pouco tempo eram grandes aliados. Não pegou bem, soou como desespero, e o povo não gosta de baixaria. Outro aspecto que não pode ser desprezado é o desgaste do governador Cid Gomes, que está vendo sua avaliação despencar, o que não chega a ser grande surpresa: todo término de segundo mandato geralmente é complicado, já que um ciclo se encerra. Segundo o Datafolha, Cid recebe hoje uma nota de 6,6 da população cearense, ou seja, abaixo da média.
É claro que uma pesquisa, como já diz o dito, “retrata a fotografia de um momento” e que com o começo do palanque eletrônico a partir do dia 19 o cenário pode mudar. Contudo, Eunício vem mantendo seu crescimento pesquisa após pesquisa, fato que cria um quadro ideal para que o peemedebista ganhe várias novas adesões de peso e que se crie dentro da campanha petista um clima de “salve-se quem puder”, com os candidatos proporcionais ligados a Camilo abdicando do apoio às candidaturas majoritárias (Governo e Senado) e se dedicando exclusivamente às suas respectivas campanhas.